segunda-feira, 1 de março de 2010

Birras


Bem que eu estava estranhando, achava o Pedro bonzinho demais, aceitava tudo que a gente impunha, não precisava falar duas vezes com ele.... Acontece que de uns dias pra cá, ele resolveu ter vontade própria, até aí LINDO, acho super bacana isso e faz parte do desenvolvimento da personalidade, ele está aprendendo a lidar com os gostos dele, mas daí fazer birra.... ahhhhhhh.

Comecei a notar isso depois de vê-lo em prantos após um passeio de carro (dele) na rua, andamos um tantão e quando estávamos perto de casa, fui dizendo a ele:

- Filho já estamos chegando em casa, vamos tomar um banho e comer uma fruta, depois brincamos.

Minha frase não surtiu efeito algum, foi só entrarmos em casa que o berreiro começou, não queria sair do carro de maneira alguma, me abaixei na altura dele e disse:

- Filho já passeamos bastante, agora chega, vamos entrar ......

Que nada, saí de perto pensando que ele pudesse parar, doce ilusão. Crueldade? Era birra pura, sinceramente não tenho muita paciência com birras. O léo que estava mais calmo, foi lá e o convenceu a parar de chorar. Falando nisso ele (léo) tem se saído muito bem nessa tarefa, acho que o Pedro o compreende melhor, ou ele é que se expressa melhor, sei lá. Ainda bem que tem ele....

Voltando a falar das birras, ele não fazia isso não, e agora é só contraria-lo que ele chora, se pegamos uma caixa que ele preferia arrastar, ELE CHORA; se tiramos a roupa dele e ele não quer, ELE CHORA, se ele pede suco e oferecemos água, ELE CHORA. Sei que é a maneira mais conhecida que ele tem de se expressar, mas tem hora que irrita né? Graças a Deus ele ainda não resolveu fazer isso em lugares públicos... aff.

Estranhando esse comportamento, resolvi buscar ajuda e li algumas coisas interessantes a respeito.

Abaixo algumas coisas que encontrei a respeito.

Mais ou menos aos dois anos de idade, a criança percebe a si mesma como um ser de vontades e desejos, passa a se interessar por coisas diferentes. É também nesta fase que maioria das crianças consegue deixar as fraldas, um marco muito importante na conquista de sua independência. Ela domina os movimentos de seu corpo, sua linguagem está a cada da mais desenvolvida, suas relações sócio-afetivas estão se expandindo para fora de seu círculo familiar. Enfim, está pronta para conquistar o mundo. Ela quer muitas coisas, como fazer só o que tem vontade, na hora que quiser e todos os "não" que ouvir serão encarados como uma barreira às suas vontades e necessidade de autonomia. O que ela faz? Reage às sanções da forma que vem utilizando desde que nasceu, com o método que conhece e que vinha funcionando até agora: choro e gritos. Ou recorre aos tapas e puxões, respostas imaturas ao que lhe contraria. Bem vindos aos chamados "terríveis dois anos".

Claro que esta idade é um referencial, e varia dependendo da realidade de cada família, mas certamente este comportamento acontecerá até os três anos, com maior ou menor intensidade. É a fase da teimosia, das birras e quando as palavras que mais ouviremos de nossos filhos é "não" ou "não quero". O mais importante é saber que é uma fase normal, apesar de difícil, e indica que nossa criança está crescendo adequadamente. O papel dos pais neste momento é auxiliar a criança a se controlar, mostrando aos poucos as censuras sociais, as regras de convivência, e mostra a ela a dura realidade de que na vida não podemos fazer tudo o que queremos o tempo todo. Aos poucos, a criança vai internalizando estes conceitos, compreendendo que é necessário respeitar limites, as vontades das outras pessoas, e suas necessidades. Ela precisa entender que não temos somente direitos, mas também muitos deveres no mundo.

O QUE FAZER?

A família não pode ficar sem tomar atitudes, assustada com as reações agressivas da criança, ou achando bonito ele ter "personalidade forte". É o momento de educar esta criança para a vida no mundo, e se não for feito agora, no futuro ela certamente terá muitas frustração, pois o mundo mostrará que ela está errada;

Firmeza e consistência nas decisões: "não" é "não". O que for possível, deve ser negociado, pois é este conceito que tentamos desenvolver com a criança, e não somente o não pelo não. E os adultos devem estar de acordo entre si, para não confundir a criança.

Para o momento da birra e teimosia, ou da crise séria, com direito a choro, gritos e a criança rolando pelo chão, existem algumas técnicas. As mais comuns, e que funcionam bastante:

- segurar a criança no colo, e retira-la do local, sem maiores conversas.
No auge da crise, a criança está descontrolada e não vai negociar. Quando estiver fora do local, explicar, olhando para a criança e calmamente, que este comportamento não pode ser aceito em nenhum lugar, e que terá uma conseqüência, como não voltar mais ali. Se a promessa for cumprida, o fato não se repetirá;

- distrair a criança: na hora da teimosia, ou quando a situação está evoluindo para uma crise, tentar mostrar algo interessante, um brinquedo, um objeto, ou qualquer coisa próxima.

- se a criança não estiver descontrolada, e conseguir escutar, basta ficar em sua altura, e lhe dizer com firmeza que aquele não é o momento de fazer o que ela quer e seguir o que estão fazendo, chamando sua atenção para coisas que ela pode fazer, como colocar as compras no carrinho, escolher produtos que pode levar, etc.

- sempre que possível, oferecer alternativas: "agora, aqui, o que você pode fazer (levar, escolher...) é isso ou aquilo. Com a criança tendo menos opções, e podendo participar, a crise é facilmente controlada.

• Lembre-se de que tudo acontece nesta fase porque a criança tem necessidade de ser e fazer, participar do mundo e suas ofertas. Possibilite situações em que ela possa fazer isso, sentindo-se importante e autônoma. Auxilie, e tente não coibir seu crescimento. Ela não é mais um bebezinho. Infelismente chegou a hora de educar nossos filhos para o mundo, e não somente para nós.

Não deixe que a opinião de pessoas desconhecidas lhe afete. Ignore os olhares de reprovação, ou aqueles que dizem: "ah, se fosse me filho...". Você conhece sua criança, e deve buscar o que é melhor para ela. Crie sua técnica, e adote um mantra: "é normal e vai passar, é só manter a calma."

Cuidado: por mais difícil e irritante que esta fase seja, saiba que ela passa, e que a criança precisa de compreensão, portanto evite sempre os castigos físicos, os tapas, beliscões e afins. Queremos que a criança entenda que a violência não é um comportamento aceitável, portanto, não podemos resolver a situação da mesma forma que ela. Explique e negocie sempre. Se você estiver perdendo o controle, respire fundo e afaste-se. Quando sentir-se melhor, chame a criança e converse. Mas nunca deixe uma crise sem resposta, ou a criança vai se acostumar a não ter conseqüências para seus atos.

Gostei muito dessas dicas e sei que um dia precisarei delas, espero que demore e que passe muuuuuuuuuuuuuito rápida essa fase.

Bjs.

Um comentário:

  1. Oi,
    te achei num comentário do blog da Clarinha e vim conhecer o teu.
    A verdade é que o assunto "birras" sempre dá o que falar mesmo.
    Quando começamos com essa fase li muito sobre o assunto e fiz uma série de posts sobre o tema.
    http://joaoastronauta.blogspot.com/search/label/SÉRIE%20BIRRAS

    Mas que sempre pode se resumir em uma palavra: Paciencia.
    (vai passar!)
    O Pedro é um fofo... E tem cara de ser um menininho muito alegre. Parabéns!!

    bjs

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