O BPA (do inglês Bisphenol A), que é o protagonista da polêmica, compõe o polímero mais usado na confecção de mamadeiras, o policarbonato, que também é utilizado na fabricação de produtos como lentes para óculos, copos, CDs e DVDs, por ser muito resistente ao calor e a impactos.
Com o tempo de uso, a substância é liberada dos recipientes plásticos que entram em contato com o leite e outros alimentos oferecidos ao lactante. O aquecimento das mamadeiras, a colocação de líquidos muito quentes, a presença de alimentos ácidos e a lavagem contínua com produtos de limpeza básica tem demonstrado aumentar, ainda mais, a taxa de liberação de Bisfenol A.
Centenas de estudos publicados na última década comprovam alto grau de efeitos nocivos à saúde ocasionados pelo BPA. Eles apontam que o Bisfenol A interfere no crescimento saudável e no bom funcionamento do organismo, além de causar danos aos sistemas neurológico, imunológico e reprodutor.
As pesquisas correlacionam à exposição a baixos níveis de BPA, o aumento dos casos de câncer de próstata e mama, a diminuição da contagem espermatozóides, a puberdade feminina precoce, efeitos neurológicos semelhantes ao déficit de atenção e hiperatividade, diabetes e obesidade em animais de laboratório.
O Governo canadense foi o primeiro a restringir a utilização do policarbonato no setor de alimentos, proibindo a fabricação, venda, importação e propaganda de mamadeiras à base desse polímero.
Em todos os países há regulamentos específicos sobre os diferentes materiais em contato com alimentos. Aqui no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil) afirma que não há motivo para preocupação se o uso do Bisfenol A na fabricação de embalagens para alimentos e bebidas estiver adequado à quantidade estipulada pela Lei (0,6 mg/kg de material plástico).
A alternativa para proteger bebês e crianças dos danos causados à saúde pelo Bisfenol A é a utilização de recipientes de vidro, desenvolvidos em polipropileno (matéria-prima que não contém a substância) ou de aço inoxidável. Caso não seja possível evitar os recipientes em policarbonato, é aconselhável não usar detergentes, nem colocá-los na lava-louça. Ao invés disso, limpar com água morna, sabão e esponja.
Outra dica é evitar aquecer alimentos em recipientes de policarbonato, já que o Bisfenol A tende a ser eliminado mais rápidamente quanto levados a temperaturas mais altas.
Disponibilizar informações adequadas para que se possa realizar escolhas de produtos corretos, por enquanto, é a maior preocupação contra o Bisfenol A.
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